sábado, 28 de fevereiro de 2015

ÁM de 26 de Fevereiro de 2015 - prestando contas - 1

01.03
Actividade Municipal
-informação PdaCM
1ª Intervenção eleito Por Ourém
“Não há tempo para comentar a informação do sr. Presidente da Câmara mas não posso deixar de referir o incómodo que me provocou a sua leitura e audição. É certo que o homem é o seu estilo mas não vale abusar. A insistência em dividir as gentes em gente boa e em gente que o não é, associada à exaustiva componente da religiosidade, incomoda-me. Não que aceite avaliações desse tipo mas não é agradável vermo-nos entre gente que se diz não ser boa. Nunca traço essa fronteira!
Da leitura das 82 páginas ontem recebidas pouco posso retirar, até porque as comparações se limitam aos meses de Janeiro de 2014 e de 2015. Gostaria, no entanto, de ouvir uma palavra sobre os elevados quantitativos em disponibilidades no final do mês passado (1,8 milhões de euros em “instituições financeiras” na Câmara e mais de 400 mil euros em depósitos na SRU, em trânsito de extinção). Ainda gostaria de saber o estado do projecto de saneamento.”     
2ª Intervenção 
“Ouvida a resposta do sr. Presidente, relativamente às razões de tal nível de disponibilidades financeiras, elas poderão ter algum sentido relativamente à Câmara, mas já não terão cabimento quanto à SRU, com mais de 400 mil euros em depósitos, dívidas de 3ºs. de mais de 175 mil euros e dívidas a 3ºs. superior a 60 mil euros.”

01.04
Intervenções de interesse local
ou declarações políticas gerais
Intervenção
«Declaração/informação efemérica de política geral, seguindo a intenção de ser diferente, tal como tanto o desejou o Presidente da Câmara, e justificada por se entender que este mundo está cada vez mais interdependente… mas assimetricamente, como há 30 anos o definiu Fidel Castro.
A 27 de Fevereiro de 1953, faz amanhã 62 anos, foi assinado um acordo em Londres que tem o maior significado. 20 países decidiram perdoar mais de 60% da dívida da República Federal da Alemanha, entre eles Grécia, Irlanda e Espanha. O tratado, assinado em Londres, foi determinante para o país se tornar numa grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria contra a antiga União Soviética e os Estados que a ela se foram juntando ou aliando pontualmente como “não-alinhados”.
O acordo assinado em Londres foi determinante para a RFA se tornar numa grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria. Na fronteira de República Democrática Alemã, onde se incluía a cidade-chave de Berlim, menos a zona de ocupação dos ”aliados ocidentais”.
O perdão da dívida foi, na prática uma extensão e reforço das ajudas financeiras directas do Plano Marshall e permitiu à R.F.A. reduzir a dívida criada antes, durante e depois da chamada 2ª Guerra Mundial. Segundo o historiador belga Eric Toussaint, presidente do “Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo”, "O acordo estabeleceu a possibilidade [por parte da R.F.A.] de suspender pagamentos e renegociar as condições caso ocorresse uma mudança substancial que limitasse a disponibilidade de recursos". A R.F.A. beneficiou ainda de uma medida excepcional que, em alguns casos, permitiu reduzir taxas de juro cobradas ao país em cinco pontos percentuais.
Outro historiador, o alemão Albrecht Ritschl, confirmou que existiu de facto um perdão de dívida gigantesco ao país, que no caso do credor Estados Unidos foi quase total. "Em 1953, os Estados Unidos ofereceram à Alemanha um haircut, reduzindo o seu problema de dívida a praticamente nada", (entrevista à revista Spiegel, em 2011).
Assinaram o "acordo sobre as dívidas externas alemãs" com a R.F.A. os seguintes países: Bélgica, Canadá, Ceilão, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Irão, Irlanda, Itália, Jugoslávia, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Paquistão, Suécia, Suíça, Reino Unido, República da África do Sul.»

segue


2 comentários:

  1. Para o imperialismo americano, em expansão, era necessário fazer uma barreira de contenção à crescente influência do comunismo na Europa Ocidental, principalmente, na França e na Itália, onde os respetivos partidos comunistas tinham forte implantação política, fazendo da antiga RFA um modelo exemplar do triunfante sistema capitalista, para poder exibir ao mundo e, particularmente, aos países socialistas do leste europeu. A Alemanha, que agora nega à Grécia e a Portugal uma renegociação e reestruturação das suas dívidas públicas, não seria a potência que é hoje, se não tivesse obtido um grande, (des)interessado e benevolente perdão da sua astronómica dívida.Agora, a Hitler de saias quer fazer na Europa o que o Hitler do bigodinho e da guedelha não conseguiu fazer com os tanques e os canhões. Ao fascismo político e militar sucede o fascismo financeiro.

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  2. (Nova publicação do comentário com duas pequenas alterações)

    Para o imperialismo americano, em expansão, era necessário fazer uma barreira de contenção à crescente influência do comunismo na Europa Ocidental, principalmente, na França e na Itália, onde os respetivos partidos comunistas tinham forte implantação política, fazendo da antiga RFA um modelo exemplar do triunfante sistema capitalista, para poder exibir ao mundo e, particularmente, aos países socialistas do leste europeu. A Alemanha, que agora nega à Grécia e a Portugal uma renegociação e reestruturação das suas dívidas públicas, não seria a potência que é hoje, se não tivesse obtido um grande, (des)interessado e benevolente perdão da sua astronómica dívida. Agora, a Hitler de saias quer fazer na Europa o que o Hitler do bigodinho e da guedelha não conseguiu fazer com os tanques e os canhões. Ao nazi-fascismo político e militar sucede o fascismo financeiro.

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