01.03
Actividade Municipal
-informação PdaCM
1ª
Intervenção eleito Por Ourém
“Não
há tempo para comentar a informação do sr. Presidente da Câmara mas não posso
deixar de referir o incómodo que me provocou a sua leitura e audição. É certo
que o homem é o seu estilo mas não vale abusar. A insistência em dividir as
gentes em gente boa e em gente que o não é, associada à exaustiva componente da
religiosidade, incomoda-me. Não que aceite avaliações desse tipo mas não é
agradável vermo-nos entre gente que se diz não ser boa. Nunca traço essa
fronteira!
Da
leitura das 82 páginas ontem recebidas pouco posso retirar, até porque as
comparações se limitam aos meses de Janeiro de 2014 e de 2015. Gostaria, no
entanto, de ouvir uma palavra sobre os elevados quantitativos em
disponibilidades no final do mês passado (1,8 milhões de euros em “instituições
financeiras” na Câmara e mais de 400 mil euros em depósitos na SRU, em trânsito
de extinção). Ainda gostaria de saber o estado do projecto de saneamento.”
2ª
Intervenção
“Ouvida
a resposta do sr. Presidente, relativamente às razões de tal nível de
disponibilidades financeiras, elas poderão ter algum sentido relativamente à
Câmara, mas já não terão cabimento quanto à SRU, com mais de 400 mil euros em
depósitos, dívidas de 3ºs. de mais de 175 mil euros e dívidas a 3ºs. superior a
60 mil euros.”
01.04
Intervenções de interesse local
ou declarações políticas gerais
Intervenção
«Declaração/informação efemérica de
política geral, seguindo a intenção de ser diferente, tal como tanto o desejou
o Presidente da Câmara, e justificada por se entender que este mundo está cada
vez mais interdependente… mas assimetricamente, como há 30 anos o definiu Fidel
Castro.
A 27 de Fevereiro de 1953, faz amanhã 62
anos, foi assinado um acordo em Londres que tem o maior significado. 20 países decidiram perdoar mais de 60% da dívida da República Federal da
Alemanha, entre eles Grécia, Irlanda e Espanha. O
tratado, assinado em Londres, foi determinante para o país se tornar numa
grande potência económica mundial e num importante aliado dos Estados Unidos
durante as décadas da Guerra Fria contra a antiga União Soviética e os Estados
que a ela se foram juntando ou aliando pontualmente como “não-alinhados”.
O acordo assinado em Londres foi
determinante para a RFA se tornar numa grande potência económica mundial e num
importante aliado dos Estados Unidos durante as décadas da Guerra Fria. Na
fronteira de República Democrática Alemã, onde se incluía a cidade-chave de
Berlim, menos a zona de ocupação dos ”aliados ocidentais”.
O perdão da dívida foi, na prática uma
extensão e reforço das ajudas financeiras directas do Plano Marshall e permitiu
à R.F.A. reduzir a dívida criada antes, durante e depois da chamada 2ª
Guerra Mundial. Segundo o historiador belga Eric Toussaint, presidente do
“Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo”, "O acordo estabeleceu a possibilidade [por parte da R.F.A.] de
suspender pagamentos e renegociar as condições caso ocorresse uma mudança
substancial que limitasse a disponibilidade de recursos". A R.F.A. beneficiou
ainda de uma medida excepcional que, em alguns casos, permitiu reduzir taxas de
juro cobradas ao país em cinco pontos percentuais.
Outro historiador, o alemão Albrecht
Ritschl, confirmou que existiu de facto um perdão de dívida gigantesco ao país,
que no caso do credor Estados Unidos foi quase total. "Em 1953, os Estados Unidos ofereceram à Alemanha um haircut,
reduzindo o seu problema de dívida a praticamente nada", (entrevista à revista
Spiegel, em 2011).
Assinaram o "acordo sobre as dívidas
externas alemãs" com a R.F.A. os seguintes países: Bélgica, Canadá,
Ceilão, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia, Irão, Irlanda, Itália, Jugoslávia, Liechtenstein,
Luxemburgo, Noruega, Paquistão, Suécia, Suíça, Reino Unido, República da África
do Sul.»
segue
Para o imperialismo americano, em expansão, era necessário fazer uma barreira de contenção à crescente influência do comunismo na Europa Ocidental, principalmente, na França e na Itália, onde os respetivos partidos comunistas tinham forte implantação política, fazendo da antiga RFA um modelo exemplar do triunfante sistema capitalista, para poder exibir ao mundo e, particularmente, aos países socialistas do leste europeu. A Alemanha, que agora nega à Grécia e a Portugal uma renegociação e reestruturação das suas dívidas públicas, não seria a potência que é hoje, se não tivesse obtido um grande, (des)interessado e benevolente perdão da sua astronómica dívida.Agora, a Hitler de saias quer fazer na Europa o que o Hitler do bigodinho e da guedelha não conseguiu fazer com os tanques e os canhões. Ao fascismo político e militar sucede o fascismo financeiro.
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ResponderEliminarPara o imperialismo americano, em expansão, era necessário fazer uma barreira de contenção à crescente influência do comunismo na Europa Ocidental, principalmente, na França e na Itália, onde os respetivos partidos comunistas tinham forte implantação política, fazendo da antiga RFA um modelo exemplar do triunfante sistema capitalista, para poder exibir ao mundo e, particularmente, aos países socialistas do leste europeu. A Alemanha, que agora nega à Grécia e a Portugal uma renegociação e reestruturação das suas dívidas públicas, não seria a potência que é hoje, se não tivesse obtido um grande, (des)interessado e benevolente perdão da sua astronómica dívida. Agora, a Hitler de saias quer fazer na Europa o que o Hitler do bigodinho e da guedelha não conseguiu fazer com os tanques e os canhões. Ao nazi-fascismo político e militar sucede o fascismo financeiro.