AM27.12.2013
02.01
(Disciplinado que sou, preparei uma intervenção para o tempo regimental. No entanto, ao ouvir a intervenção do Presidente da Câmara, senti ter o direito a indexar o meu tempo ao que ele usou. Mas não o farei porque a resposta ao que ele disse, sobre regionalização e outras coisas, exigiria um semestre ou mais... Cinjo-me, por isso, ao que trazia escrito.)
Divido a minha
intervenção, que terá de ser telegráfica, em 4 áreas, tal como os documentos.
Mensagem do
Presidente do executivo – mensagem “à maneira”,
como se não tivesse havido eleições e novo ciclo; comparam-se os números para
2014 com as referências temporais mais… convenientes: uns com 2006, outros com
2010, outros com 2013. Não deveriam ser os números a fundamentar os argumentos
mas estes a ter base naqueles.
Perspectiva
económica – Pessoalmente, gosto de ler este
enquadramento. Aprende-se sempre. É demasiado escorado no FMI… e é preciso
lembrar que há mais que uma posição e mais que um discurso do dito FMI.
Três brevíssimas
observações:
1.
a importância
dos países emergentes deveria sublinhar, para este documento, os casos Brasil e
também Angola;
2.
a castradora
tutela do Poder Central sobre o Poder Local , com o FEF a descer mais 3,5% e o
PAEL a fazer o papel de “troika”
em relação ao Poder Local :
3.
o crescimento contínuo
e geral da dívida pública, em resultado da transferência da dívida privada, o
endividamento de alguns, para o público, para todos nós.
Orçamento
– Estudei-o como fui capaz. Uma enorme dificuldade em sintetizar em brevíssimas
observações:
1.
um orçamento que
parece um barco à deriva - embora com bons navegadores técnicos - no meio de uma enorme porcela – nas ondas da Nazaré
sem se ser surfista…
2.
há quem saúde a
diminuição dos volumes sem referir que
a. nas
receitas, as correntes sobem 12 %, embora se espere desvio substancial no IMI
que se prevê, e só diminuem no total porque descem 60% as de capital,
b. nas
despesas mantém-se o “forte pendor” para o peso da “aquisição de serviços”, prevê-se
um acréscimo de 104% para taxas (e não para construção), multas e
penalidades!, mais 55% nos juros por efeito de atrasos em pagamento, o que vem contrariar a apregoada redução de prazos
c. um
orçamento que se exemplifica, como exercício, com as relevante verbas para um pavilhão do Olival condicionadas a
fundo comunitário ainda não concedido (pg. 87), e para um saneamento básico em
situação de … não se sabe que dizer… talvez… “stand by”.
Grandes opções
do plano – As observações sobre o orçamento,
particularmente pavilhão do Olival e saneamento básico, estendem-se aos GOPs e
ás suas "actividades mais relevantes".
Não tenho mais tempo,
mas não posso deixar de acrescentar um apontamento muito pessoal (como se fosse a "minha freguesia"...), sentindo-me
um munícipe de causas aparentemente perdidas ou caladas:
·
na recuperação
dos antigos Paços do Concelho (nem em qualquer outro lugar), nada vejo que me
tranquilize quanto à Universidade Sénior, ausente dos documentos previsionais;
·
no pavilhão do
Olival parece poder vir a fazer-se tudo – voley e etc. – menos hóquei… para se repetir o que vivi intensamente, no Juventude Ouriense ao subir à 1ª divisão nacional, quanto ao aproveitamento do pavilhão do
Caneiro?
·
Capela de S.
Sebastião – pouco ou quase nada em números no OE e GOPs
·
Antiga escola do
Zambujal – idem, idem, aspas, aspas em termos de números OE e GOPS.
Disse.
Votei contra os documentos previsionais
Declaração de voto
Por Ourém votou contra por, não obstante o bem elaborado exercício e a afirmação de ser, finalmente, um orçamento realista, não mais se confirmar que o completo irrealismo - para não dizer mais - dos documentos dos anos anteriores.
Não se passa do irrealismo ao realismo mas, sim, a um menor ou diferente irrealismo ausente de visão estratégica coerente e mais que necessária.
Ao votar contra não se responsabiliza, exclusivamente, o executivo camarário que o apresentou, mas sobretudo o contexto geral de ataque ao Poder Local como a todas as conquistas democráticas, que obrigam a estes exercícios quase malabares.
Não se passa do irrealismo ao realismo mas, sim, a um menor ou diferente irrealismo ausente de visão estratégica coerente e mais que necessária.
Ao votar contra não se responsabiliza, exclusivamente, o executivo camarário que o apresentou, mas sobretudo o contexto geral de ataque ao Poder Local como a todas as conquistas democráticas, que obrigam a estes exercícios quase malabares.
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