AM 27.12.2013
01.04
(declaração política)
Declaração
política geral
Senhora Presidente, membros do executivo, eleitos da
Assembleia, público, comunicação social,
as minhas melhores saudações.
(que guardo sempre para esta declaração formal)
Na indispensável e necessariamente curta declaração
política, há que sublinhar as expectativas para o ano que vem aí, com
todas as medidas socialmente gravosas que foram sendo tomadas e as “em
estaleiro” para remendar o que tem sido verdadeiro desafio à lei.
Sublinho que se faz alarido sobre onde encontrar menos de 400
milhões euros que nos querem obrigar a cortar em direitos adquiridos e
constitucionalmente defendidos, mas quem assim ordena (e não é o povo mas a “troika”…)
já levou, de juros e comissões, em 2012 e até Novembro deste ano, mais de 3 mil
milhões de euros… quase 10 vezes o que dizem andar à procura nos nossos bolsos!
Seria ridículo, quase patético, seria uma farsa!, se não fosse
dramática ou até trágica esta “ajuda troikulenta” que transfere muito de
muitos para cada vez menos com cada vez mais.
Há que, de novo, recusar a inevitabilidade ou o fatalismo, há
que afirmar que, no caminho que se vem trilhando, nada adianta, antes agrava,
procurarmos safar-nos individualmente, cada um a tentar passar entre os pingos
da chuva. O que está a cair é uma carga de água, é uma enxurrada! É um
desastre! Continuado.
Metendo marcha atrás no percurso histórico de 3 décadas e
meia, não faltariam exemplos flagrantes das alternâncias ao sabor das
sintonias e divergências formais entre PS, PSD e CDS.
São verdadeiros cursos de prática político-partidária que
trouxeram descredibilização à vida política, com graves consequência no
definhamento da democracia participativa, com os cidadãos sempre
mais afastados do que a eles diz respeito. Tão reduzidos quanto deixarem a mera
clientela eleitoral.
Como dizia há um ano, o tempo era sobretudo de ameaças
ao poder local, poder local que tanto tem sido capaz de contrariar os
jogos estritamente partidários, pela proximidade dos cidadãos e dos seus
problemas, numa difícil mas apesar disso conseguida democratização
descentralizada, sempre posta em causa, em particular no ano que termina. (E, a
propósito, que sabe esta Assembleia Municipal da instalação das freguesias que
foram criadas sobre a extinção das defuntas?)
Uma última e revista nota sobre o que se está a passar,
nestes tempos de mudança, de resgates ou não resgates, de cautelares ou “à irlandesa"..
Há uma verdadeira obsessão tutelar: as freguesias tuteladas
pelos concelhos, a maioria simples do executivo camarário tutelada por um
vereador em MOVimento, os municípios tutelados pelo governo, o governo tutelado
pela U.E., a U.E. tutelada pela sra. Merkl, a sra, Merkl tutelada pela
coligação a que foi obrigada, o todo tutelado pela banca e, naturalmente…, a
banca tutelada pelo capital financeiro transnacional.
Insisto e persisto: isto não pode aguentar-se por muito mais
tempo e há precisamente um ano dizia que (cito) “daqui a um ano, em Dezembro
de 2013, não se deve poder repetir o dito neste Dezembro de 2012, hoje repetindo
Dezembro de 2011, mas se
tal acontecer será em ainda piores condições, e mais perto do fim que esta
política terá de ter».
Assim acontece!
Tudo o resto se apaga neste caminho histórico de séculos em
que os anos parece repetirem-se sem mudança, mas em que tudo muda.
Tudo se apaga e reacende a todo o momento, ano a ano. Como o
meu muito sincero desejo de BOM ANO PARA TODOS.
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