sábado, 28 de dezembro de 2013

AM de 27.12.2013 - para a acta - 2

AM 27.12.2013
01.04
(declaração política)

Declaração política geral

Senhora Presidente, membros do executivo, eleitos da Assembleia, público, comunicação social,
as minhas melhores saudações.
(que guardo sempre para esta declaração formal)

Na indispensável e necessariamente curta declaração política, há que sublinhar as expectativas para o ano que vem aí, com todas as medidas socialmente gravosas que foram sendo tomadas e as “em estaleiro” para remendar o que tem sido verdadeiro desafio à lei.
Sublinho que se faz alarido sobre onde encontrar menos de 400 milhões euros que nos querem obrigar a cortar em direitos adquiridos e constitucionalmente defendidos, mas quem assim ordena (e não é o povo mas a “troika”…) já levou, de juros e comissões, em 2012 e até Novembro deste ano, mais de 3 mil milhões de euros… quase 10 vezes o que dizem andar à procura nos nossos bolsos!
Seria ridículo, quase patético, seria uma farsa!, se não fosse dramática ou até trágica esta “ajuda troikulenta” que transfere muito de muitos para cada vez menos com cada vez mais.
Há que, de novo, recusar a inevitabilidade ou o fatalismo, há que afirmar que, no caminho que se vem trilhando, nada adianta, antes agrava, procurarmos safar-nos individualmente, cada um a tentar passar entre os pingos da chuva. O que está a cair é uma carga de água, é uma enxurrada! É um desastre! Continuado.

Metendo marcha atrás no percurso histórico de 3 décadas e meia, não faltariam exemplos flagrantes das alternâncias ao sabor das sintonias e divergências formais entre PS, PSD e CDS.
São verdadeiros cursos de prática político-partidária que trouxeram descredibilização à vida política, com graves consequência no definhamento da democracia participativa, com os cidadãos sempre mais afastados do que a eles diz respeito. Tão reduzidos quanto deixarem a mera clientela eleitoral.

Como dizia há um ano, o tempo era sobretudo de ameaças ao poder local, poder local que tanto tem sido capaz de contrariar os jogos estritamente partidários, pela proximidade dos cidadãos e dos seus problemas, numa difícil mas apesar disso conseguida democratização descentralizada, sempre posta em causa, em particular no ano que termina. (E, a propósito, que sabe esta Assembleia Municipal da instalação das freguesias que foram criadas sobre a extinção das defuntas?)

Uma última e revista nota sobre o que se está a passar, nestes tempos de mudança, de resgates ou não resgates, de cautelares ou “à irlandesa"..

 Há uma verdadeira obsessão tutelar: as freguesias tuteladas pelos concelhos, a maioria simples do executivo camarário tutelada por um vereador em MOVimento, os municípios tutelados pelo governo, o governo tutelado pela U.E., a U.E. tutelada pela sra. Merkl, a sra, Merkl tutelada pela coligação a que foi obrigada, o todo tutelado pela banca e, naturalmente…, a banca tutelada pelo capital financeiro transnacional.
Insisto e persisto: isto não pode aguentar-se por muito mais tempo e há precisamente um ano dizia que (cito) “daqui a um ano, em Dezembro de 2013, não se deve poder repetir o dito neste Dezembro de 2012, hoje repetindo Dezembro de 2011, mas se tal acontecer será em ainda piores condições, e mais perto do fim que esta política terá de ter».
Assim acontece!

Tudo o resto se apaga neste caminho histórico de séculos em que os anos parece repetirem-se sem mudança, mas em que tudo muda.
Tudo se apaga e reacende a todo o momento, ano a ano. Como o meu muito sincero desejo de BOM ANO PARA TODOS.

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