sábado, 26 de abril de 2014

40º Aniversário da Revolução de Abril


Lembrar e comparar….

A Revolução de Abril foi uma realização histórica, nasceu da vontade do povo português, e transformou – se numa afirmação de liberdade, de emancipação social e de independência nacional.
Finalizando uma prolongada e heróica luta antifascista, pôs fim a 48
anos de ditadura, à guerra colonial, ao isolamento internacional de Portugal, e realizou profundas transformações políticas, económicas, sociais e culturais que abriram na vida do País a perspectiva de um novo período da história marcado pela liberdade e pelo progresso social.

A classe operária, os trabalhadores, as massas populares e os militares progressistas – unidos na aliança Povo-MFA – tiveram um papel fundamental em todas as conquistas democráticas, que foram depois consagradas na Constituição da República, aprovada em 2 de Abril de 1976.
Foram elas:
- Liberdade de expressão, de reunião, de manifestação, de associação e de imprensa.
- Liberdade de criação cultural e artística
- Direito à saúde, ao ensino e a segurança social
- Liberdade sindical, direito à contratação coletivas
- Direito à greve
- Salario mínimo nacional, subsídios de férias e de natal
- Subsídio de desemprego, pensões e reformas generalizadas a todos
- Igualdade de direitos para as mulheres e direito à licença de maternidade
- Liquidação do monopólio do Estado e dos grupos económicos a ele associado.
- Reforma agrária, nacionalizações e controlo operário
-Eleições livres e livre formação dos partidos políticos e movimentos sociais
- Direito ao voto aos 18 anos
- Autarquias Locais democraticamente eleitas e criação das Regiões Autónomas
- Melhoria das condições de vida do povo
- Diversificação de relações externas e fim do isolamento internacional

Apesar das suas aquisições históricas, muitas das principais conquistas de Abril foram, entretanto destruídas. Outras, embora mutiladas, continuam presentes na vida nacional.

O 40º Aniversário da Revolução de Abril assinala-se num momento em que o povo português vive uma grave e profunda crise económica e social.
Portugal está debaixo de uma intervenção externa que enfraquece a sua soberania e independência. Assistimos diariamente o aumento da exploração e destruição dos direitos laborais e sociais do povo português; afunda-se a produção nacional, arruina-se a economia, endivida-se o País, destrói-se o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, o Serviço Público de Segurança Social, manda-se trabalhadores jovens e mais velhos para o desemprego ou para o estrangeiro….

Está em causa o futuro de Portugal.
Que Portugal queremos?
É este o Portugal que terá futuro?

O futuro de Portugal como País democrático, desenvolvido, soberano e independente, não pode ser assegurado pelos mesmos que trouxeram o País à grave situação em que se encontra.


Está nas nossas mãos, retomar o caminho de Abril!

Margarida Poeta
in Notícias de Ourém, 24 de Abril 2014 

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