A Notícia é que a Câmara vai descer o imposto municipal de derrama de 1,5% para 1,4% (ou 1,25% para empresas com facturação inferior a 150.000 euros) ... parece que tinha sido um promessa eleitoral; dizem que se trata apenas de um acto simbólico; informam que é uma medida que afectará as receitas do município em cerca de 50.000 euros - enfim, o valor de certos carros pretos em que alguns se pavoneiam; na melhor das hipóteses, um Natal com porco no espeto para os colaboradores, digo trabalhadores, da maior empresa do concelho.
Falta dizer na notícia que, tal medida, não se destina às empresas em dificuldades - presumo que são as que não têm lucro - porque o imposto da derrama é aplicado sobre o lucro/IRC e faltam também outros elementos para estarmos seguros que o facto não passa de Notícia.
A Não Notícia é que, com elementos igualmente inseguros, a Câmara - e não Paulo Fonseca (porque não fez disso intenção na campanha) - vai subir o IMI ( "a décima", "a contribuição autárquica", "o imposto municipal sobre imóveis" - estas coisas estão sempre a mudar de nome para se dar a notícia que acabam, sem se dar a notícia que outras as substituem com mais fulgor!) de 0,30% para 0,35%. Quanto às receitas que tal aumento implica não encontro contas feitas mas dá para concluir que serão muitos 50.000 euros, desta feita apenas simbólico para o proprietário de um imóvel de igual montante, cuja contribuição deverá subir apenas o equivalente a um quilo de leitão assado.
Notícia, ou Não Notícia, gere-se a coisa do munícipio, também mexendo em impostos: estranha-se que tal aconteça, mesmo ainda antes de - segundo noticiam - ser conhecida a real situação financeira da Câmara; é preocupante que se dispensem contribuições por questões simbólicas (10.000 contos?! o dobro da conta que um vizinho meu pagou por uma fuga de água!); constata-se que o marketing político do governo nacional se transformou em escola e já chegou a Ourém.
São tudo números, percentagens. Gerir é apenas uma questão de folgar ali e carregar aqui. Que se lixe, no Domingo quem tem casa não come leitão; daqui a quatro anos o IMI vai descer de 0,35 para 0,34 e alguns irão comer porco no espeto.
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