quarta-feira, 1 de junho de 2016

Xª Assembleia da ORSA



INTERVENÇÃO de Sérgio Ribeiro
pela CONCELHIA DE OURÉM

Temos, cada militante e sua consciência de classe, a responsabilidade de viver estes momentos históricos. No Mundo, nesta coisa chamada União Europeia, em Portugal, em Santarém, em Ourém.

No Partido, a preparar um congresso exemplarmente democrático, nas assembleias de organização regional.
Sendo comunistas portugueses, somos solidários com o que se passa no mundo, em Espanha, França, Grécia, Brasil, África, Ásia. Num mundo de capitalismo no estertor, somos solidários a forjar correlações de forças que evitem dramas ou até tragédias.
A prática revolucionária vive da acção de cada um, da organização, da base teórica aberta e formadora. Sempre a aprender. Os documentos distribuídos para reflexão e contributo ensinam-nos os limites do quadro político e a necessidade de continuar a luta.
Desde o 1º Governo Constitucional, o PCP foi centrifugado da governação, e nunca deixou de estar e de lutar na AR, no PE, no Poder Local, de intervir e organizar no plano participativo, das massas, do sindicalismo de classe, do associativismo popular.
As eleições de Outubro, reflectindo tal presença e resistência, criaram condições para travar essa continuidade com 40 anos.
E não foi do nosso secretário-geral a primeira palavra que, após o voto, rompeu a alternância no quadro fechado do “arco da governação”?
É importante o que se tem conseguido…, mas sem responsabilidades no executivos, sem partilhar compromissos. Que combatemos. Como partido que tomou partido de classe,
Temos de insistir no ataque às ilusões. De afirmar os limites da actual situação. 

A economia mostra como este ciclo de desastre acelerou abandono de recursos, enviesou perversos aproveitamentos de potencialidades.
Como está a agricultura?,
que foi feito da indústria?,
quantas empresas se arruinaram?,
quantos empregos se destruíram?
E como se agridem direitos constitucionais?,
como se lucra com a doença destruindo o SNS,
como se subsidia o ensino privado em feroz combate à educação pública?,
como se privatiza tudo, em obscenos enriquecimentos?
Também!, como o Partido resistiu sempre.
Como lutou sempre, como está sempre presente, a denunciar e mobilizar.

Em Ourém, com as nossas forças e condições.
Há que falar deste concelho, 2º em população no distrito e que lhe parece estranho (a ganhar ao Entroncamento em fenómenos, milagres e euromilhões).
Há que falar da emigração que, de novo, o sangra (e ao nosso colectivo!) e nos envelhece;
da invasão predadora das grandes superfícies e das culturas de resistência e sobrevivência e dos mercados informais;
do recuo que esvazia dependências banco-especulativas que tantas ilusões criaram e povoaram o concelho de ruínas com alicerces de crédito e endividamento;
do turismo que, com especificidade religiosa, tem enorme relevância e deve alargar-se à vertente histórico/patrimonial.
Há que falar do ano que se aproxima. De autárquicas e centenários, que 2017 trará.
Da revolução soviética
e das chamadas aparições de Fátima.
De que há que falar na concelhia e em toda a organização.
Na nossa região será um facto social exorbitante.
Temos de nos preparar para o que aí vem – e que já aí está!

Pouco fizemos, nestes 4 anos!
nas autárquicas, nas legislativas, nas ditas europeias, na luta de massas.
Foi o que conseguimos,
auto-críticos por tão pouco ter sido, exigindo-nos que mais e melhor seja.
Aproveitemos o estímulo de ter acabado de cumprir, com folga, a meta da campanha “terreno para a Festa”.

 Foram estas, mais uma menos outra, as palavras que a concelhia me deu a tarefa de dizer em sua representação.
Há 4 anos, cumpri a mesma tarefa, em Alpiarça.
Há 8 anos o fiz, e algumas vezes antes o terei feito.
Esta será, provavelmente, a última. Por isso, com militante responsabilidade, me permito acrescentar umas referências concretas que se incluíram em anos de muitas dificuldades:
  • à iniciativa central da unidade com católicos, que acolhemos em Fátima, de grande significado – que não se repetiu nas presidenciais –,
  • aos jornais que editámos como material para as autárquicas e europeias,
  • a uma sessão sobre a moeda única (e muito me congratulo com a decisão da campanha central de não submissão ao euro), 
  • ao pesar por não ter sido aproveitada, aqui, uma voz do distrito, do oureense que teve a honra de ler a declaração de voto do PCP, há 20 anos, no PE,
  • às visitas do deputado por Santarém a Boleiros, pelo IC9, pela nossa saúde, 
  • à presença na AM, cumprida por três de nós, com prestação de contas em blog, 
  • à iniciativa de sessões de cinema que fez vivo e frequentado o CdeT dezenas de vezes
  • ... e mais… a tanto que continuou a luta.

 Esta será, muito provavelmente, a minha última intervenção na ORSA por Ourém
Até amanhã, camaradas
a luta continua

VIVA O PCP!

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