Embora
todas as posições justifiquem uma explicação, um “prestar de contas” a quem,
como eleito, se representa, esta votação do IMI para 2014 tem particularidades
que fazem com se explicite melhor o nosso voto de abstenção.
1.
O que foi presente aos membros da
AM foi uma certidão da reunião da Câmara, em que havia uma proposta e duas declarações
de voto:
a.
A proposta, aprovada por maioria
(3 PS + 1MOVE) fixava as seguintes taxas a praticar na cobrança do IMI em 2014:
0,375% sobre prédios urbanos
avaliados nos termos do CIMI
0,7% para os restantes prédios
urbanos
0,8% para os prédios rústicos
b.
A declaração do voto dos vereadores PSD,
depois de considerandos, propunha:
0,35%
sobre prédios urbanos avaliados nos termos do CIMI
0,7% para os restantes prédios
urbanos
0,8% para os prédios rústicos
e que se isentasse de pagamento
de IMI os imóveis das Associações com o estatuto de utilidade pública
c.
A declaração de voto do vereador
eleito pelo MOVE:
justificando o seu voto a favor
da proposta dos vereadores do PS com base em informações prestadas pelo Chefe
de Divisão de Gestão Financeira.
2. Face à composição da assembleia, confirmados 15 membros num grupo PS, 13 num grupo PSD, 3 num grupo CDS, 2 num grupo MOVE e 1 num grupo Por Ourém (CDU), não havendo propostas em alternativa à única apresentada
pelo executivo, e depois das tomadas de posição de cada grupo, pareceu evidente
que a votação seria 17 (15PS + 2MOVE) e 16 (13PSD + 3 CDS) pelo que o voto Por
Ourém seria despiciendo uma vez que ainda que – em hipótese – o voto fosse contra
daria empate com voto de desempate da presidente a favor, pelo nem sequer se
colocou alternativa para a abstenção face à deficiente informação e à não entrada em cálculos e "jogos".
3.
Foi com alguma surpresa que, na
votação, faltou um membro do grupo PS (e logo o seu presidente), sem ter avisado a mesa e restantes membros, pelo que a contagem
dos votos deu empate a 16, além de uma abstenção.
4.
Para que fique tudo claro, se o
eleito Por Ourém tivesse votado contra, dado não haver proposta alternativa a
proposta teria sido rejeitada, do que resultaria a manutenção das taxas
vigentes, iguais às que foram propostas!, embora viesse a ser necessária uma
outra reunião da Assembleia Municipal.
5. De qualquer modo, há que
sublinhar que o aumento da receita do IMI originada pela reavaliação dos
prédios não pode ser canalizado para satisfazer novos compromissos já que o
mesmo é obrigatoriamente utilizado na capitalização do FAM (Fundo de Apoio
Municipal), na redução dos pagamentos em atraso, na redução da dívida à banca,
na capitalização do FIM (Fundo de Investimento Municipal).
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