“…
-
… eh!, pá… ‘pera aí, porque é que eu não sou do Partido?...
-
… sei lá… tu é que sabes…
-
… mas nunca me disseste nada…
-
… tu é que tens de dizer, tem de ser a tua vontade. Toma lá os estatutos e o
programa, e qualquer dia pergunto-te se queres ser!”
E voltaram os dois à conversa sobre o
teatro e os projectos em cena e a encenar porque, com ele, só de teatro se
falava. Para ele, a vida, o mundo, a política pelo meio do teatro. Com o outro,
a puxar para o Brecht, para o teatro épico, sempre a procurar as pontes para a
vida, o mundo, a política.
Por isso:
“…
-
… então… queres entrar?
-
Quero, camarada!
-
Porreiro, camarada,… depois falamos de pormenores…”
E voltaram à peça em encenação, aos
problemas, às dificuldades.
Há escassas semanas, nem um mês fez, num
desastre brutal, o Paulito morreu. O amigo, o companheiro que nunca recusava fazer
parte da lista da CDU, que não faltava a uma Festa do avante!, o camarada que já fora a algumas reuniões
partidárias.
Como se sente a sua falta! Um vazio. Frio.
Gélido.
Por incúria nossa, o avante! não o referiu entre os camaradas que faleceram, mas muitos
o lembrarão na Festa em que ele não estará.
Dele se falará mais. Aqui e não só!
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