INTERVENÇÃO de Sérgio Ribeiro
pela CONCELHIA DE OURÉM
Temos, cada militante e sua consciência de classe, a responsabilidade de viver estes momentos históricos. No Mundo, nesta coisa chamada União Europeia, em Portugal, em Santarém, em Ourém.
No
Partido, a preparar um congresso exemplarmente democrático, nas assembleias de
organização regional.
Sendo
comunistas portugueses, somos solidários com o que se passa no mundo, em
Espanha, França, Grécia, Brasil, África, Ásia. Num mundo de capitalismo no
estertor, somos solidários a forjar correlações de forças que evitem dramas ou
até tragédias.
A
prática revolucionária vive da acção de cada um, da organização, da base teórica
aberta e formadora. Sempre a
aprender. Os documentos distribuídos para reflexão e contributo ensinam-nos os limites
do quadro político e a
necessidade de continuar a luta.
Desde
o 1º Governo Constitucional, o PCP foi centrifugado da governação, e nunca
deixou de estar e de lutar na AR, no PE, no Poder Local, de intervir e
organizar no plano participativo, das massas, do sindicalismo de
classe, do associativismo popular.
As
eleições de Outubro, reflectindo tal presença e resistência, criaram condições
para travar essa continuidade com 40 anos.
E não
foi do nosso secretário-geral a primeira palavra que, após o voto, rompeu a
alternância no quadro fechado do “arco da governação”?
É
importante o que se tem conseguido…, mas sem responsabilidades no executivos,
sem partilhar compromissos. Que combatemos. Como partido que tomou partido
de classe,
Temos
de insistir no ataque às ilusões. De afirmar os limites da actual
situação.
A
economia mostra como este ciclo de desastre acelerou abandono de recursos,
enviesou perversos aproveitamentos de potencialidades.
Como
está a agricultura?,
que
foi feito da indústria?,
quantas
empresas se arruinaram?,
quantos empregos se
destruíram?
E
como se agridem direitos constitucionais?,
como
se lucra com a doença destruindo o SNS,
como
se subsidia o ensino privado em feroz combate à educação pública?,
como
se privatiza tudo, em obscenos enriquecimentos?
Também!, como o Partido
resistiu sempre.
Como
lutou sempre, como está sempre presente, a denunciar e mobilizar.
Em
Ourém, com as nossas forças e condições.
Há
que falar deste concelho, 2º em
população no distrito e que lhe parece estranho (a ganhar ao Entroncamento em
fenómenos, milagres e euromilhões).
Há
que falar da emigração que, de novo, o sangra (e ao nosso colectivo!) e nos
envelhece;
da
invasão predadora das grandes superfícies e das culturas de resistência e
sobrevivência e dos mercados informais;
do
recuo que esvazia dependências banco-especulativas que tantas ilusões criaram e
povoaram o concelho de ruínas com alicerces de crédito e endividamento;
do
turismo que, com especificidade religiosa, tem enorme relevância e deve alargar-se
à vertente histórico/patrimonial.
Há
que falar do ano que se aproxima. De autárquicas e centenários,
que 2017 trará.
Da
revolução soviética
e
das chamadas aparições de Fátima.
De
que há que falar na concelhia e em toda a organização.
Na
nossa região será um facto social exorbitante.
Temos
de nos preparar para o que aí vem – e que já aí está!
Pouco
fizemos, nestes 4 anos!
nas
autárquicas, nas legislativas, nas ditas europeias, na luta de massas.
Foi
o que conseguimos,
auto-críticos
por tão pouco ter sido, exigindo-nos que mais e melhor seja.
Aproveitemos
o estímulo de ter acabado de cumprir, com folga, a meta da campanha “terreno
para a Festa”.
Foram estas, mais uma menos outra, as palavras
que a concelhia me deu a tarefa de dizer em sua representação.
Há
4 anos, cumpri a mesma tarefa, em Alpiarça.
Há
8 anos o fiz, e algumas vezes antes o terei feito.
Esta
será, provavelmente, a última. Por isso, com militante responsabilidade, me permito
acrescentar umas referências concretas que se incluíram em anos de muitas dificuldades:
- à iniciativa central da unidade com católicos, que acolhemos em Fátima, de grande significado – que não se repetiu nas presidenciais –,
- aos jornais que editámos como material para as autárquicas e europeias,
- a uma sessão sobre a moeda única (e muito me congratulo com a decisão da campanha central de não submissão ao euro),
- ao pesar por não ter sido aproveitada, aqui, uma voz do distrito, do oureense que teve a honra de ler a declaração de voto do PCP, há 20 anos, no PE,
- às visitas do deputado por Santarém a Boleiros, pelo IC9, pela nossa saúde,
- à presença na AM, cumprida por três de nós, com prestação de contas em blog,
- à iniciativa de sessões de cinema que fez vivo e frequentado o CdeT dezenas de vezes
- ... e mais… a tanto que continuou a luta.
Esta
será, muito provavelmente, a minha última intervenção na ORSA por Ourém
Até
amanhã, camaradas
a
luta continua
VIVA
O PCP!
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