quinta-feira, 7 de maio de 2015

Prestação de contas de participação na Assembleia Municipal

REUNIÃO DE 29.04.2015

Participação do eleito da CDU-Grupo POR OURÉM

01.03-Informação Presidente da Câmara
Na sequência da intervenção do presidente da Junta da Atouguia sobre a Rua da Murteira e da resposta do Presidente da Câmara, o membro do Grupo POR OURÉM questionou este sobre a decisão de expropriação anunciada a esta Assembleia e não referida nessa resposta.

01.04-Intervenções de interesse local ou declarações políticas gerais  
DECLARAÇÃO POLÍTICA GERAL
Exma. Senhora Presidente e membros da Mesa
Senhor Presidente da Câmara e vereadores
Comunicação Social, Público
Caros companheiros da tarefa cidadã de, neste órgão, representar os nossos concidadãos.
Vou tentar ser muito breve. Telegráfico. (Que remédio!...só elegemos um…)
Mais uma vez reunimos entre o dia 25 de Abril, o 41º depois de 1974 do 25 de Abril da Democracia e da Liberdade, e o 1º de Maio, dia do trabalhador, que somos todos nós, empregados ou desempregados, reformados ou a prepararmo-nos para trabalhadores sermos. Duas datas que marcam a nossa vida, saibamo-lo ou não, queiramo-lo saber ou não.
Para além disso, esta reunião realiza-se num momento em que os acontecimentos – os conhecidos porque a comunicação social os divulga factualmente, os deturpados porque a informação ou é parcial ou tendenciosa, os ignorados porque só alguns falam deles e a comunicação massificada os esconde –, acontecimentos da maior relevância para o futuro da Humanidade. Procurarei apenas referir, nesta declaração geral, os que me parecem não poder faltar numa declaração política em 29 de Abril de 2015.
Cá por este canto da Europa, que já era Europa antes de haver uma chamada União Europeia, sucedem-se os casos como se uma Caixa de Pandora se tivesse aberto. Não falta com que “entreter a malta” na espuma dos dias, como se a vida de cada um dos simples mortais, que todos somos, nada valesse em confronto com Salgados e Sócrates e Passos e Portas e Cavacos e Costas e Novas e Núncios (este, é de hoje!) como se todos estes e mais alguns não fossem produtos dos BES e anteriores, e dos vistos gold e de tudo o que um sistema de relações, de políticas, faz pulular, pular, saltar. Mas, apesar do barulho, da espuma, tudo aparenta estar estagnado, à espera. De quê? Por exemplo, da Grécia.
Depois das eleições em que o povo grego exprimiu, com o seu voto, a recusa do caminho até então seguido, seguiu-se este período, que me atrevi a balizar até Junho (está escrito) mas que parece antecipado, e em que tudo irá eclodir depois de se ter voltado as costas ao que foi expresso – expressivo – pelo povo, negociado entre os que foram cedendo aos que nada cedem. Breve teremos novidades, e novidades que nos tocam, muito de perto, muito vizinhas.
Como novidade se quer que seja a tragédia de transformar o Mediterrâneo num cemitério quando a tragédia é uma consequência das “cruzadas” pelo norte e nordeste africanos para salvar os direitos humanos atingidos por criaturas e grupos criados pelo mesmo sistema de relações sociais travestido de “cruzadas” humanitárias.
Como novidade – e grande, esta… – foi a Cimeira das Américas preparada para impor uma certa “ordem nova” na Venezuela, depois de desestabilizar o Brasil, e o resultado foi o isolamento de 2 (Estados Unidos e Canadá) face a 33, decididos, desta ou daquela maneira, a não serem o “quintal das traseiras”.
Como novidade, e também trágica, é a situação da Ucrânia, e dos ucranianos, em consequência de haver uma Federação Russa decidida a manter-se localizada onde está, ameaçando ignorar as posições que a estão a cercar e recusando recuar, isto é, mudar de lugar.
O facto – e facto é… – é que, hoje 65 anos depois, se tornou urgente renovar o Apelo de Estocolmo, de 1950, que teria contribuído para criar um equilíbrio de não-agressão nuclear mas que não obstou a que as partes fossem reforçando o seu poder de destruição, e o complexo industrial-militar, nomeadamente nuclear, se reforçasse desmesuradamente (1% do armamento nuclear armazenado tem 4 mil vezes maior poder de destruição que a bomba que destruiu Hiroshima e os seus habitantes.

O que, hoje, mais considero como meu dever de cidadão é recusar a frase de Keynes que, há 80 anos, dizia que a longo prazo, todos estaremos mortos, é informar do perigo que corremos de não deixar aos filhos e aos netos, não um património razoável mas um Universo em que os seres humanos possam viver e beneficiar de tudo o que se conquistou. E nos pode destruir como Humanidade.
Pensarão alguns, ou todos, que estou catastrofista, ou Velho do Restelo (ou do Zambujal…) mas julgo que não. Acho que estou lúcido (merda!, como dizia o poeta Mário Sá Carneiro)… e cheio de esperança. Tudo depende de todos.

MOÇÃO SOBRE VINDA DO PAPA A FÁTIMA EM 2017
DECLARAÇÃO DE VOTO
Sem que tal signifique aceitação de muitos dos seus pressupostos e termos, o eleito pela CDU votou favoravelmente esta moção por partilhar preocupações nela expressas, quanto a preparação e condições de realização das cerimónias de 2017, que não podem recair sobretudo, e muito menos na totalidade, sobre a autarquia, pelo que o alerta tem toda a oportunidade e ganha peso com a unanimidade do órgão deliberativo.

02.01-Relatório de Gestão e Prestação de  Contas do Município
INTERVENÇÃO
Ao analisar, on-line, as centenas de páginas que deveria estudar para informadamente intervir e votar, senti verdadeira angústia. Apenas ultrapassável pela muita tarimba (que os anos trazem) destas situações. Quero sublinhar o agrado que me dá a qualidade dos documentos apresentados pelos serviços, cumprimentando – mais uma vez – os seus responsáveis, particularmente satisfeito por ver incluído, na introdução, um capítulo de referência e tratamento relativo ao indicador de desenvolvimento humano, das Nações Unidas (PNUD). A que dou grande importância por ponderar os indicadores económicos (PIBs e essas coisas) com indicadores de saúde, educação e também género. Congratulo-me por alguém os ter lido e aproveitado para este relatório de gestão. Que, devo dizê-lo, me deixa muito para estudar.
Quanto à prestação de contas, parece-me necessária a criação de uma comissão (cujo bom hábito se perdeu e faço mea culpa, lamentando o incidente sobre a comissão de regulamento)… a criação de uma comissão da AM específica com a finalidade de acompanhar a prestação de contas do executivo. Só assim será possível um trabalho sério nesta área. Como aliás já existiu.
Queria deixar como preocupações a quebra no investimento e vanglória do “emagrecimento” nas despesas por contraste (ou talvez não) com a “engorda” das disponibilidades.
Por outro lado, a comparação, na mensagem do Presidente da Câmara, das “amortizações” com as dos municípios vizinhos parece-me claramente desajustada por comparar o que não é comparável sem ponderações.
Não tendo tido intervenção na discussão sobre a Mais Ourém – até por uma questão de tempo – relembra-se que nesta bancada se votou contra a criação dessa PPP não por se ser “bruxo” mas por se estar contra a fórmula e suas previsíveis consequências, chamando a atenção para a enorme carga que se transporta de ano para ano, com uma dívida de 3ºs. de longo prazo de quase 5 milhões de euros, preocupado também com o tratamento contabilístico a dar na evolução deste problema.
DECLARAÇÃO DE VOTO
A abstenção justifica-se pela impossibilidade temporal de cabal análise dos documentos, sublinhando no entanto a qualidade técnica que neles se encontrou, de novo. Não é possível estudar seriamente esta documentação em poucos dias, para não dizer em poucas horas.

02.02-Alteração Plano de Urbanização de Fátima
DECLARAÇÃO DE VOTO
Apesar de parecer que a discussão continuar em curso, segundo transcreve a deliberação do executivo e aqui se comprovou, e a ausência do necessário conhecimento dos seus pormenores, votou-se favoravelmente, com a salvaguarda de ser um voto na generalidade.

02.05-2ª alteração em 2015 do mapa de pessoal
DECLARAÇÃO DE VOTO
Face ao já anteriormente discutido nesta instância, pedindo-se-nos mera homologação, abstemo-nos, não aceitando partilha de responsabilidades de gestão que são do executivo.

02.08 a 02.26 e 02.28-Pedidos de reconhecimento de interesse público municipal
INTERVENÇÃO
Esta avalanche de declarações de reconhecimento de interesse público parece-nos derivar de uma questão aparentemente burocrática mas que corresponde a uma banalização do conceito do interesse público, que deveria ser universal, assim se correndo o risco de induzir ausência de interesse público para as empresas não beneficiadas com a declaração de interesse público, pelo que nos abstivemos em todas elas, com a consciência de que a abstenção não prejudicará a outorga (… e com a dificuldade pessoal de o fazer relativamente à Madeca, meu primeiro emprego!)

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