As
reuniões da Assembleia Municipal sucedem-se. Umas vezes, sentindo que são poucas
para o que seria necessário; outras, pensando que não valem a pena. Se depende
da variação do estado de espírito, estas mudanças resultam, objectivamente, do
estádio a que, no consenso geral, se chegou (ou se não chegou) à consciência do
que é democracia.
Vou
no 5º mandato autárquico (e mais um na AM da Amadora), e não vejo a evolução
que tanto desejo (e por que, bem ou mal, tanto lutei e luto).
Os
cidadãos elegem os seus representantes periodicamente – de 4 em 4 anos para a
AR e autarquias, de 5 em 5 anos para PdaR e para o PE – e, depois, ficam à
margem da política… Ou a discutem – sem cuidarem de se informar –
a partir de ludíbrios como o de haver uma “classe política” que “vem ao
mercado” de 4 em 4 e 5 em 5 anos.
Pois
a democracia exigiria que os cidadãos acompanhassem, nos locais próprios, o
modo como os eleitos exercem os mandatos de que foram investidos, como cumprem
aquilo a que se propuseram e terá merecido os votos concidadãos. Que participassem!
Continuarei
a lutar…
A
reunião de 28 de Fevereiro foi mais uma. Sem público, ou sem intervenção de
público, em que os “eleitos” fizeram o seu “número” , ou marcaram presença para
receberem a respectiva senha (os que a recebem).
Nela
até nos vimos obrigados a afirmar que não tinha intenção de ofender o uso da
expressão “separar o trigo do joio”, aliás vinda de um catecismo que não é o nosso.
Mas não deixaremos de a usar ou, em alternativa, a de que se “atira areia para
os olhos” quando, na reunião de 27 de Dezembro, se saúde quem, alardeando um arreigado
amor a Ourém – como se disse mas não ficou em acta –, se dispôs a cumprir, a
partir de 1 de Janeiro, um mandato de presidente do Conselho de Administração da
EM OurémViva – o que até nos levou a mudar o voto contra para abstenção
solidária – e, na reunião seguinte, nesta de Fevereiro, nada se dissesse sobre
a mudança verificada, no curtíssimo intervalo, na situação desse lugar fulcral
da administração autárquica. Silêncio que foi impedido, por nós, que
acontecesse.
Assim
como não deixaremos que “soluções” – por mais legais que sejam – acolham, sem
protesto, estatutos como o de alguém ser assessor de si próprio. Ou que, por
via de exigências legais, e suas formulações, tenhamos de continuar a
considerar de interesse público o que, pelos precedentes, tem servido para devastar
povoações. Ou que, sem o protesto de um representante (ainda que único), se
arranjem artifícios aparentemente muito benéficos para os “utentes” enquanto se
destrói o Serviço Nacional de Saúde, privatizando o negócio da doença. Ou que,
em sede de um lugar político, fique sem referência e alerta a situação mundial
que se vive e configura um demencial caminho para uma guerra que seria (como tem
sido e já é) um desastre humanitário.
Sérgio Ribeiro
in Notícias de Ourém, 7 de março 2014
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