domingo, 11 de agosto de 2013

Não quero que votem em mim

Calhou-me, por decisão dum coletivo, ser cabeça de lista à Assembleia da Junta de Freguesia da Nossa Senhora da Piedade. Esse coletivo participa num projeto político nacional designado por Coligação Democrática Unitária - CDU, que tem um projeto nacional autárquico, adaptado e inovado para cada local, de acordo com especificidades locais. Para dar corpo a esse trabalho formam-se equipas, organizadas em listas e essas listas, por exigências organizacionais, são naturalmente ordenadas. Cabe-me, portanto, e naturalmente, um papel nesse projeto, nessa lista, nessa candidatura.
Falar nestes termos em “projeto” terá sempre um caráter vago, muitas vezes apenas refletido em frases batidas e intenções rebatidas. Por outro lado, concretizar amiúde leva sempre a ideias comuns, ao irrisório, à vulgaridade das promessas com muita areia e pouco cimento.
A CDU tem provas dadas no exercício do poder autárquico. Estar na CDU é, comprovadamente, uma forma diferente de abordar a política. As pessoas que estão nas listas da CDU, se estão nestas listas e não noutras não é por mero acaso.
Julgo ser essa diferença e essa natureza que leva uma parte do eleitorado a votar na CDU e não a figura de fulano ou sicrano. Apelar ao voto na minha pessoa, além dum pretensiosismo que não me assiste, seria desconsideração pelos ditos projetos, uma falta de respeito pela  equipa, um ser igual aos outros, incompatível com as diferenças que queremos afirmar.
É frequente ouvir dizer-se que “nestas coisas das autárquicas as pessoas votam nas pessoas” ou ainda numa versão mais reduzida “vota-se na pessoa”. Devo dizer que eu não o faço e também não me custa provar que muito poucos o farão pois que todos sabemos que se “Luís não sei de quantos” ou “Paulo de outros tantos” fossem cabeças de lista pela CDU, esta força política não veria aumentar substancialmente a sua expressão eleitoral.
Dispenso a responsabilidade da escolha de alguém que vota na CDU só porque me reconheceu numa fotografia e me acha uma pessoa simpática ou, na oposição, uma figura séria. Admito que alguns que me chamam pelo nome decidam em função dele o seu sentido de voto mas advirto-os que há outros nomes comigo.


Não quero que votem em mim, quero que votem na CDU. Se nos perguntam se podemos ganhar as eleições, claro que podemos ganhar as eleições, a decisão é do povo e ninguém é dono dos votos de ninguém. Se nos perguntam que se elegermos um representante na Assembleia de Freguesia será uma vitória, claro que será uma vitória, a participação da CDU é necessária à saúde da democracia. Se nos perguntam que se não obtivermos nenhum lugar desistiremos, não nos conhecem.

2 comentários:

  1. Subscrevo por inteiro este texto!
    Até considero que podia (ou deveria...) ser editado e distribuído pelos muitos milhares de cidadãs e cidadãos portugueses que se disponibilizaram para integrar as listas da CDU.

    Grande abraço, camarada Luís Neves
    (Escusado será dizer que não virei a votar na lista que encabeças, porque estou recenseado na freguesia da Atouguia... mas tenho pena)

    ResponderEliminar