terça-feira, 13 de abril de 2010

Comunicado da CC de Ourém do PCP sobre o Congresso



Comissão Concelhia de Ourém


Comunicado sobre o Congresso de Ourém

A Concelhia de Ourém do Partido Comunista Português congratula-se com a realização do Congresso de Ourém de 26 a 28 de Março passado, realizado por iniciativa da Câmara Municipal de Ourém.
Foi uma oportunidade para abertamente se confrontar e debater a situação do concelho, a partir de experiências, formações e perspectivas diferentes. Assim aconteceu.
Como logo o afirmámos, foi escasso o tempo e insuficiente o trabalho de preparação, não obstante o esforço feito pela comissão organizadora e pelos serviços de apoio que a Câmara disponibilizou para a iniciativa.
A Concelhia do PCP releva o bom nível e a seriedade da maior parte das exposições, nas várias áreas temáticas, o que não pressupõe identificação com muitas delas.
Lamenta, no entanto, que por incumprimento do regulamento, com excesso de tempo para as exposições e outras intervenções de coordenadores, moderadores, relatores, não tivesse havido mais tempo para debate aberto com os congressistas inscritos, não obstante a quantidade de presentes nunca tivesse o desejável. Faltou mobilização e motivação dirigidas à população oureense, como seria mister, particularmente na vertente que o Presidente da Câmara insistiu em chamar “diáspora”.
Foi compreensível, por isso, o esforço do secretariado para chamar a atenção para o cumprimento do regulamento, mas foi tardio e inadequado porque se sobrepôs ao que deveria ter sido tarefa dos responsáveis pelas secções, em conexão com a presidência do Congresso.
Deseja a Concelhia do PCP que uma reunião da comissão organizadora promova este e outros balanços, e já o fez saber enquanto membro componente dessa comissão, e só por atraso de tal reunião esta nossa posição é tão tardiamente tomada, duas semanas depois da realização.
No plano político, reservando-se para tomada de posição mais fundamentada a partir do estudo dos documentos do Congresso, considera a Concelhia do PCP que foi positivo ter-se separado a realização do Congresso da apresentação e discussão do tão referido relatório da auditoria, embora considere que dados desta teriam sido úteis como esclarecimento da situação e elementos para delinear definições estratégicas decorrentes das posições apresentadas, como seria de esperar da realização de uma iniciativa como esta. Não seria de esperar, evidentemente, que do Congresso saísse uma estratégia a que ficassem obrigados os órgãos executivo e deliberativo eleitos, mas justificar-se-ia o enunciado de algumas linhas estratégicas a partir do diagnóstico feito em várias áreas.
Não optou por essa via, ou não se sentiu em condições de o fazer o Presidente da Câmara, e o seu discurso de encerramento poderia ter sido feito sem que o Congresso se tivesse realizado, privilegiando uma intervenção que repetiu, sem dados novos, a dificuldade da situação financeira de município, se inseriu numa “política de imagem” à semelhança do Poder Central, reafirmou interpretações e posições globais e genéricas, como o pode ilustrar a afirmação da necessidade de internacionalização exportadora que, não podendo servir de panaceia, desvaloriza o aproveitamento dos recursos nacionais, a economia produtiva, as redes de proximidade na distribuição, o investimento público e o consumo interno como (ao menos uns dos) motores da economia portuguesa.
E se a Concelhia do PCP se congratula com a realização, e cumprimenta a Câmara pela oportunidade que soube criar, lamentará se essa oportunidade for desperdiçada e reafirma a sua total disponibilidade para contribuir para a procura de caminhos, de nenhum modo condicionando essa disponibilidade à aceitação do que considera ser o que melhor serve Ourém e os oureenses.


Ourém, 8 de Abril de 2010

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