As palavras não têm dono! Mas quando, em campanha eleitoral, uma força política usa palavras e frases como seu lema, deveria haver o pudor da parte de outras forças políticas de não as utilizar como se suas fossem, fazer delas seus emblemas. Que contra elas, palavras e frases, se argumente é natural e desejável, que as adoptem e repitam, esvaziando-as ou desvirtuando-lhes o sentido, é inaceitável. Eticamente, claro.
A CDU não reivindica muita coisa em termos de campanha política. As palavras e frases que mais utiliza como suas não são vazias. Têm um conteúdo, um sentido, uma intenção. Não dizemos mudança, dizemos ruptura porque não queremos o tipo de mudança para que tudo continue com as mesmas políticas, denunciamos a alternância que nos governa há 33 anos, a nível central e local (PS, PSD e, às vezes, CDS), e apresentamo-nos como alternativa, lutamos em campanha eleitoral com os meios que temos mas a nossa luta não se esgota na "caça ao voto" e, por isso, afirmamos que a luta continua no quotidiano, e até acrescentamos que é contínua.
Pois somos surpreendidos com discursos de outros afirmando-se... alternativa, com papeis de outros que terminam... a luta continua!
Não somos donos de palavras nem de frases... mas isto é muito feio! São exemplos da postura "em política vale tudo" que se denuncia e veementemente se rejeita.
Dignificar a democracia, credibilizar a política. É urgente!
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