sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Prestação de contas de participação na Assembleia Municipal de 23.12.2015

01.04
Declaraçao política
Cumprimentos protocolares

Caros concidadãos,
Da sessão desta Assembleia de 28 de Setembro para a de hoje, em Portugal e no Mundo ocorreram factos e mudanças que alteraram situações e perspectivas.
Nesta curtíssima declaração política não posso anotar mais que um apontamento que se deve registar num órgão político como este é. A tragédia de Paris exige referência pelo horror (diria) “à porta de casa” dada a proximidade física e cultural, e tantos serem os nossos compatriotas e conterrâneos que ali vivem. Foi o crime sem nome, foi o horror, que marcam o ambiente em que vivemos desde há duas semanas, em que politicamente se dramatiza e especula, colocando dilemas como democracia ou segurança, alterando o xadrez internacional. Mas, por outro lado, exige-se que se vejam os antecedentes, a criação de “monstros” que, sem surpresa ou até com cálculo, parecem atacar os seus criadores. O dito Estado Islâmico não pode ser separado do que o criou, da intervenção ocidental directa e indirecta, da intenção de controlar recursos e gentes, com todos os riscos e perigos agravados. Do amarelo fixo, a situação internacional arrisca-se a passar ao vermelho de perigo de guerra global. Esperemos que não. Como cidadãos, lutemos para que não!
Este é um tempo de mudança!
A mudança verificada em Portugal neste intervalo alterou os nossos temas quotidianos. Em vez de lamentos pela situação social, começou a discutir-se política! Os resultados das legislativas alteraram o status político com há quase 40 anos, de alternância dentro do “centro-direita”, para uma alternativa “centro” com apoio parlamentar da “esquerda” . Com veemência, recuso o espantalho da “extrema-esquerda”, quando o perigo é de “extrema direita”, de fascismo – na Europa, no Mundo –, de que se conhece, aqui em casa (e alguns de nós na carne), meio século de experiência.
As eleições de 4 de Outubro, pelos resultados que tiveram e sequente evolução política, entre muito, vieram dar-nos duas lições, de que é urgente TODOS tomarmos consciência:
·        que as eleições legislativas são para eleger deputados que vão formar a “Casa da Democracia”, ou seja, a Assembleia da República, e não para primeiro-ministros;
·        que, sendo todos iguais como concidadãos, todos os votos são igualmente úteis!
Assim se aprende democracia e congratulo-me, como estudante caloiro de ciência política na “Universidade da Cidadania”, de estar a viver esta aula prática.

Outras eleições se aproximam. Apesar da distorção das campanhas, que adultera a informação dos cidadãos, que deveria ser equilibrada e equitativa, temos de ser nós, nós os eleitos, nomeadamente os presidentes de junta, a assegurar o cumprimento das regras democráticas. Assim não acontece em muito lado, e assim não aconteceu em Fátima, durante a campanha e, sobretudo, quando o mandatário concelhio da CDU foi impedido de cumprir o que, democraticamente, era seu direito e dever. Não se quer especular com o incidente, mas não deixaremos de o levar até às últimas consequências que a lei permita para que todos sem excepção, e particularmente os que têm responsabilidades democráticas por representarem os cidadãos, não o esqueçam ou não tenham de ser lembrados.

Em aditamento, quero dar uma informação pessoal a esta Assembleia:
A minha habitual e terapêutica viagem a Cabo Verde este ano passará pela ilha do Fogo – o que não foi possível o ano passado dada a erupção do vulcão. Sendo S. Filipe cidade com que Ourém está geminada, já de tal informei os dois presidentes, disponibilizando-me para o que pudesse ser útil. Pouco será. Mas, se nada o será do ponto de vista empresarial ou de investimento, talvez algo se descubra culturalmente. Fica a informação.    
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Em resposta a reacção a intervenção do presidente da Junta de Fátima, dando a sua versão do incidente com o mandatário concelhio da CDU, apenas disse que não entraria em polémica uma vez que o caso estava entregue a quem o deverá julgar, a Comissão Nacional de Eleições.


02.01
Intervenção
Sobre os documentos previsionais teria muito a dizer, como matéria da minha área profissional, mas uma preocupação maior, prioritária, absorvente, esgota o tempo que poderia ter.
O que não obsta ao devido agradecimento aos serviços, e a quem os representa, pela qualidade do trabalho apresentado. Agradecimento que, com muito gosto, renovo e reforço todos os anos.
Esse mesmo trabalho ajuda a revelar a progressiva perda de autonomia do Poder Local, demonstra como se está a pôr em causa o princípio da descentralização através de uma rede e emaranhado legal de exigências financeiro-contabilísticas centralizadoras.
 Aliás, esta invasão centralizadora não se verifica apenas nas relações Poder Central-Poder Local. É piramidal! O Poder Local perde poder para o Poder Central, este perde soberania paras instituições ditas comunitárias, estas cumprem regras impostas por instâncias supra-supranacionais, como o FMI e outras estruturas informais quando não secretas. Quem detém o poder sem face?

Lutei, luto e lutarei pela liberdade e pela democracia e ouço, aqui, defender maiorias absolutas como poder absoluto e anti-democráctico. Aqui, por eleitos democraticamente que usam linguagem e argumentação que se aceitaria noutros lugares públicos e populares, por deficiente e deturpada informação dos cidadãos, mas que é inaceitável aqui e por quem foi eleito pelo povo para o representar, a quem se exige uma informação mínima e não um papaguear de ideias feitas, deturpadas, mentirosas, mal formadas, consciente ou inconscientemente um anticomunismo ultramontano para não dizer mais.

Fomos eleitos, todos, para decidir quais os documentos previsionais que servirão a política autárquica. Estamos impedidos de o fazer. Estamos a cumprir um ritual burocrático. Porque este orçamento é um documento ”faz-de-conta”, é “atípico” por apenas cumprir uma formalidade com já anunciada necessidade de emendas que ninguém sabe quais terão de ser, foi aprovado no executivo com um insólito voto favorável condicional.

Tem de se perguntar onde está a democracia que aqui nos trouxe para deliberar em nome do povo?
abstençao 
e declaraçao de voto

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