segunda-feira, 23 de novembro de 2015

No MédioTejo... e a ter de pagar a água aumentada 58%

Transcrição de artigo no espaço médio-tejo.net, em que colaboro semanalmente, e onde refiro o aumento da água em Ourém

“MEMÓRIAS (S) VIVAS (S)… E AQUÁTICAS (S)”

 

Podemos estar cansados, sem inspiração; podemos não querer falar d’isto ou d’aquilo; podemos não ter tempo, ou espaço (quantos caracteres?), ou meio de confirmar informação pouco rigorosa. O que nunca nos faltará é… assunto!
Hoje, talvez cansado, com a inspiração em baixo (se é que alguma vez está em cima…), com pouco tempo, com o espaço apertado, com o “google” aos soluços trago, dois temas (e podiam ser mais!)
  1. Diz-se no Público de hoje (6ª, 20, dia desta escrita) que Movimento pela navegabilidade do Tejo nasce em Vila Franca de Xira” ,e em artigo assinado, meio de opinião. E lembrei que há 30 anos, ou um pouco menos, estava eu na Assembleia da República eleito por Santarém, participei num encontro, no então Teatro Monumental – com a plateia cheia –, em que o Grupo Mendes Godinho, de Tomar, apresentou a sua ideia-projecto de “regularização e navigabilidade do Tejo”, a cujos objectivos dei o meu apoio e até entusiasmo… E tanto foi ele que fui proposto para sócio nº 1 da associação a formar, concretizadora do projecto, já que não fazia parte do Grupo nem era dos fundadores da ideia-projecto-associação. Ou estarei a efabular recordações numa memória já muito sobrecarregada? Creio que não! Muita água correu sob as pontes que juntavam as duas margens do Tejo, e até algumas novas pontes apareceram; o Grupo Mendes Godinho teria tido nesse projecto o seu “canto do cisne”, eu fui para outras tarefas menos ribatejanas e mais europeias (não confundir híper-crítico da União Europeia com anti-europeu, até porque nasci na Europa que já existia antes de 1957 e do Tratado de Roma, e europeu sou). Tive pena que a ideia tenha ido “por água abaixo” (e não do Tejo) mas senti o acre espinho flagelar-me ao ler a ideia da navegabilidade do Tejo como coisa nova ou inventada.
  2. Em Ourém, onde vivo, portanto no Médio Tejo embora a quilómetros da borda de água e dos esteiros que gosto de rever em Soeiro, o preço da água vai aumentar 58%, por decisão de Tribunal Arbitral. Como consumidor indigno-me. E sei porque me indigno, e não é (só…) por tal aumento se repercutir no meu orçamento familiar. É porque ouço e leio as acusações da actual vereação (de maioria PS) à anterior vereação (PSD) que assinou o acordo de concessão, e o ricochete dos que são hoje responsáveis partidários do PSD acusarem a actual vereação; é porque, além de ser feio, é enganador dos dois lados; é porque o que se deveria discutir (ou reconhecer) é que a política que propôs, aprovou e sancionou foi dos dois partidos que hoje gesticulam à toa, sacudindo a água dos capotes, como se estivessem esgrimindo razões. O Poder Local bipartido (ou tri) em Ourém eximiu-se a uma das suas responsabilidades ao concessionar o serviço público de fornecimento de água a privados com a contrapartidas em engenharias financeiras (como com as PPP e etc.) e vão 3 empresas – compagnie des eaux, veola, be water – passando de mão em mão e de nacionalidade em nacionalidade, em negócios sucessivos, com seus interesses/lucros salvaguardados por um contrato que o Tribunal Arbitral faz cumprir, mas sem se verem as tais contrapartidas. Que mais dizer? Que houve quem tivesse votado contra, quando e de onde nasceu a causa deste aumento.

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