publicado no Notícias de Ourém:
COISAS CÁ DA
TERRA
PONTOS EM ALGUNS
III
Percorre infrene a comunicação social oureense uma desvairada
ventania soprada por mentes que parece, face aos resultados eleitorais e suas
consequências, terem perdido a razão. Cuja, nalguns casos, até teriam.
Sinto necessidade de colocar pontos onde os iii os devem ter
pois parecem !!!, ou seja, estão virados de pernas para o ar.
i)
Na tomada de posse, entendeu a presidente cessante da
AM agradecer a boa colaboração que teve durante o mandato, e referiu-se em particular
aos “lideres das bancadas” e quis, destes – a título de exemplo, acho
eu… – referir-se à mim em ainda mais particular. O que foi ela fazer! Além do
agradecimento público a que fui obrigado, meio encabulado, já tive a
oportunidade de lhe agradecer pessoalmente, e de lhe dizer da inoportunidade
(nas condições de aproveitamento “político” em que vivemos) de tal elogio.
ii)
Diz um jornal que o resultado da votação foi de 17
votos do PS contra 16 do PSD e uma abstenção da CDU, logo minha. Quem lho
disse? Dos 5 grupos formados, sob a presidência do primeiro eleito da lista
mais votada na instalação, dois apresentaram listas, o PS e o PSD, e três não o
fizeram, CDS, MOVE e CDU, e a votação foi secreta. Tudo como manda a
lei. Querem falar do meu voto? Só eu e o colectivo a que pertenço o conhece
Tivesse-se votado como defendemos, de braço no ar e cara-a-cara, e seria
conhecido. A transparência na política é só para o que nos convém?, apenas
serve para mostrar o que não se quer esconder, e para possibilitar todas as
suposições, suspeitas e “jogos de bastidor”?
iii)
Invoca-se, capciosamente o “voto popular” e dizem-se
coisas futebolísticas como “ganhar na secretaria” ou à custa do árbitro… que
neste caso, teria sido eu. Fique esclarecido, para quem quiser, que se elegem
deputados e não presidentes de assembleia. Já fui de três assembleias – Municipal,
da República e do Parlamento Europeu – e em todas foi assim. E não se atire com
a poeira de uma lei 75/2013 (para o caso, ainda não vigor) onde não encontro regras
que outros terão descoberto com a lupa de juristas encartados. Recordem-se dois
casos: Nobre na AR e, aqui, a candidatura de Gameiro na AM em 2009 quando não
era cabeça de lista da lista do PS.
iv)
Ponha-se um ponto no i de independência. Apenas
acrescento, ao que o Luis Neves tão acertadamente (e coloridamente) já escreveu,
uma definição conceptual que retiro de Fidel Castro, quando presidente da VII
Cimeira dos Países não-alinhados (de 1983!): não há independências, somos todos
cada vez mais interdependentes, a questão é a assimetria, é a desigualdade nas
interdependências. E sublinho o insólito da afirmação de independência do MOVE
quando se revelava toda a sua negociada (inter)dependência assimétrica.
E acabaria, para que tudo fique mais claro, com uma última e
transparente declaração a propósito deste empolado caso da eleição da mesa da
AM de Ourém. Se ninguém, até este artigo, tinha o direito de dizer como
votou o eleito da CDU, pelo que só abusivamente se poderia falar de tal voto, fique-se
agora a saber que foi abstenção, e que o foi imune a negociações conhecidas
e não conhecidas, a influências e pressões, algumas bem espúrias e que o agrediram
porque agrediram a ética, a democracia e… a sua sensibilidade.
Bem ou mal, votei de acordo com a minha (in)formação e
consciência. Quero estar convicto que os outros 33 membros da AM, no secreto da
sua decisão, o teriam feito do mesmo modo. E nada me apela a fazer suposições,
levantar suspeitas ou especular com os votos dos outros.
Como, em democracia representativa, se diz nas assembleias de
representantes do povo: Tenho dito!
Sérgio Ribeiro
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