COISAS CÁ DA TERRA
Balanço
provisório
Chegamos ao fim desta campanha. Que inserimos na nossa
permanente intervenção cívica, ou política no melhor sentido do conceito. Campanha
em que, independentemente dos resultados, valeu a pena todo o trabalho entre
nós e para tentar chegar a outros, a todos.
Para nós, foi um tempo de encontros e de procura de
aproximação e de diálogo. Em jeito de balanço (provisório) queríamos sublinhar
alguns aspectos. Por serem mais salientes ou pelo seu significado.
Termos apresentado uma candidatura por Fátima merece
destaque. Um grupo de companheiros, com relevo para a família Pinéu, imprimiu a
essa candidatura uma dinâmica própria e, nalguns momentos, muito motivadora com
visitas da maior utilidade.
Informámo-nos e procurámos informar, tendo sempre em vista a
melhoria do viver das populações. Não entrámos em dispendiosas batalhas de
propaganda vazias de ideias, sem conteúdo, ausentes de projecto e estratégia.
Reagimos, com vigor, à demagogia, à falta de transparência e ao inaceitável “em
política vale tudo”. E tentámos dar uma imagem do que somos e ao que viemos.
Diferentes entre nós, fazendo em colectivo, uma política diferente. Não
somos nem melhores, nem piores, queremos ser diferentes. Tendo uma concepção
política diferente, que queremos ajudar a levar à prática, em resposta à (e em
recuperação da) desgraça a que nos trouxe o rumo prevalecente desde 1976.
Candidatámo-nos com listas à Assembleia Municipal, à Câmara
Municipal e a 8 assembleias de freguesias, com 107 cidadãos – 55 mulheres e 52
homens, dos 19 aos 88 anos.
Aqui, no NO, demos a cara. Sem arrogância mas
determinados. Não com um ”porta-voz” mas alguns de nós. Cada um à sua maneira fomos
6 os que aqui escrevemos – o Alexandre, o António, o Luís, a Margarida, o
Pedro, o Sérgio. Poderíamos ter sido bem mais. Fizemos um jornal, que queremos
que fique como marca nossa desta campanha, com concepção e colaboração
inestimável do Diogo, e do João Filipe, do Paulo, do Marco, da Maria José, do
Rui. E quantos nomes faltam dos que fizeram tarefas imprescindíveis para além da
de nos (d)escrever!
A candidatura CDU não foi à semelhança da do Paulo Fonseca e
seus seguidores, da do Luis Albuquerque e suas claques, da do Vitor Frazão e seus
adeptos, identificados por bandeiras, fotografias em todos os cruzamentos e
rotundas, caravanas de ostentação, e camisolas. Camisolas que, aliás, podem
mudar – como têm mudado – entre mandatos e conjunturas. A candidatura da CDU é
de colectivos de carne e osso, de gente disposta a colaborar com todos para
melhoria das situações dos que estão a sofrer esta política de exploração e
austeridade.
Não ameaçamos com auditorias que em nada justificaram
o preço, não prometemos Congressos estratégicos, em que, aliás, colaborámos
com a melhor das vontades mas de que não se conhece sequer uma página quanto
mais umas actas e conclusões. Que bem úteis poderiam ser.
Para quem nos olhe arrogantemente, de alto dos seus
conhecimentos e da sua experiência, lembramos que muito fizemos. Sobre coisas
cá da terra. Tal como antes sobre os fornos de carvão do Vale da Perra ou a
cerâmica do Olival, a capela de S. Sebastião ou a Sé Colegiada, sobre a Rua da
Murteira, sobre Boleiros, sobre a Maxieira, sobre, sobre o IC9 e a passagem no
Pinheiro, sobre o Centro de Saúde de Ourém e sobre a saúde e a educação em
Ourém, sobre o associativismo, sobre o risco de desertificação do norte do
concelho. Sobre tanta mais coisa…
E assim continuaremos. Com os votos e mandatos que tivermos. Fomos (e somos!) um grupo, um
colectivo que quis intervir nesta oportunidade. Que ficou mais forte, quaisquer
que sejam os resultados.
Sérgio Ribeiro
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