Calhou-me, por decisão dum coletivo,
ser cabeça de lista à Assembleia da Junta de Freguesia da Nossa Senhora da
Piedade. Esse coletivo participa num projeto político nacional designado por
Coligação Democrática Unitária - CDU, que tem um projeto nacional autárquico, adaptado
e inovado para cada local, de acordo com especificidades locais. Para dar corpo
a esse trabalho formam-se equipas, organizadas em listas e essas listas, por exigências
organizacionais, são naturalmente ordenadas. Cabe-me, portanto, e naturalmente,
um papel nesse projeto, nessa lista, nessa candidatura.
Falar nestes termos em “projeto”
terá sempre um caráter vago, muitas vezes apenas refletido em frases batidas e intenções
rebatidas. Por outro lado, concretizar amiúde leva sempre a ideias comuns, ao
irrisório, à vulgaridade das promessas com muita areia e pouco cimento.
A CDU tem provas dadas no exercício
do poder autárquico. Estar na CDU é, comprovadamente, uma forma diferente de
abordar a política. As pessoas que estão nas listas da CDU, se estão nestas
listas e não noutras não é por mero acaso.
Julgo ser essa diferença e essa
natureza que leva uma parte do eleitorado a votar na CDU e não a figura de
fulano ou sicrano. Apelar ao voto na minha pessoa, além dum pretensiosismo que
não me assiste, seria desconsideração pelos ditos projetos, uma falta de
respeito pela equipa, um ser igual aos
outros, incompatível com as diferenças que queremos afirmar.
É frequente ouvir dizer-se que “nestas
coisas das autárquicas as pessoas votam nas pessoas” ou ainda numa versão mais
reduzida “vota-se na pessoa”. Devo dizer que eu não o faço e também não me
custa provar que muito poucos o farão pois que todos sabemos que se “Luís não sei
de quantos” ou “Paulo de outros tantos” fossem cabeças de lista pela CDU, esta
força política não veria aumentar substancialmente a sua expressão eleitoral.
Dispenso a responsabilidade da
escolha de alguém que vota na CDU só porque me reconheceu numa fotografia e me
acha uma pessoa simpática ou, na oposição, uma figura séria. Admito que alguns
que me chamam pelo nome decidam em função dele o seu sentido de voto mas
advirto-os que há outros nomes comigo.
Não quero que votem em mim, quero
que votem na CDU. Se nos perguntam se podemos ganhar as eleições, claro que
podemos ganhar as eleições, a decisão é do povo e ninguém é dono dos votos de
ninguém. Se nos perguntam que se elegermos um representante na Assembleia de
Freguesia será uma vitória, claro que será uma vitória, a participação da CDU é
necessária à saúde da democracia. Se nos perguntam que se não obtivermos nenhum
lugar desistiremos, não nos conhecem.
Subscrevo por inteiro este texto!
ResponderEliminarAté considero que podia (ou deveria...) ser editado e distribuído pelos muitos milhares de cidadãs e cidadãos portugueses que se disponibilizaram para integrar as listas da CDU.
Grande abraço, camarada Luís Neves
(Escusado será dizer que não virei a votar na lista que encabeças, porque estou recenseado na freguesia da Atouguia... mas tenho pena)
Completamente de acordo.
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