domingo, 25 de agosto de 2013

A propósito de mulheres (ou de falta delas)

Sabe-se que, no nosso entendimento, as leis da limitação dos mandatos autárquicos ou da paridade são limitações ao exercício da democracia. Longe vão os tempos em que as mulheres não tinham direito a voto, tardam ainda os tempos em que as mulheres serão eleitas, em paridade, por direito próprio e conquista de todas/os, e não por imposição de qualquer regra administrativa. 

Seria normal questionarmos a percentagem de mulheres nas listas eleitorais por esta ser reduzida e, em face disto, questionarmos a sociedade em que vivemos. Em face disto, seria normal que em cada partido ou organização política se fizesse uma reflexão interna que levasse a uma maior participação das mulheres nas suas estruturas. Mas não, optou-se pelo modelo "segurem-me se não eu mato-o", isto é, "temos de ser obrigados a incluir mulheres senão não conseguimos".

Nesta linha de pensamento, com a evolução das mutações sociais, não nos admirará muito que, no futuro, comecem a ser discutidas quotas em função da raça ou da orientação sexual.

Vem esta reflexão a propósito deste cartaz. Um partido reclamou e votou a lei da paridade. Os reflexos na imagem do que reclamou e votou são... ténues. Ou escondidos.
Quem conhece as pessoas que estão na fotografia terá dificuldade em identificar o partido apenas pelas caras, porque alguns deles saltam de força politica em força política conforme o vento eleitoral e mudam até de freguesia por imposição administrativa. Mas até aqui tudo legal. Só não se vê é como é que o partido (as)segurou aqui a lei da paridade. Se não a mataram, digam-nos então onde estão, na foto, as (pelo menos duas efectivas) mulheres candidatas, tendo-se ido buscar 2 homens aos suplentes, onde também têm de estar mulheres?!
Isto quem vê caras...

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